CONTROLANDO O CALOR SOB AS LUZES EM SINGAPURA
2025-09-29
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Depois de correr às margens do Mar Cáspio, a Fórmula 1 encara novamente um circuito de rua, desta vez na Cidade-Estado de Singapura, apenas 140 quilômetros ao norte do equador, a linha imaginária que separa os hemisférios norte e sul.
A mudança bem mais ao sul em relação a Baku significa uma grande diferença em dois elementos do clima: umidade e temperatura. A umidade costuma ficar acima de 70%, enquanto a temperatura, que se mantém praticamente a mesma no inverno e no verão, varia entre 24 e 31 °C. Isso torna o fim de semana em Singapura um dos mais exigentes fisicamente para os pilotos, que podem perder até três quilos de peso durante a corrida, agravado pelo traçado sinuoso do circuito, que oferece poucas oportunidades de descanso ao volante.
O GP de Singapura foi o primeiro a ser disputado inteiramente à noite desde sua estreia em 2008, com a largada às 20h no horário local. Isso permite que todos os envolvidos mantenham efetivamente o fuso europeu, eliminando pelo menos o problema do jet lag.
Mais uma vez para esta etapa, há uma edição especial do Boné de Pódio Pirelli, produzida pela Pirelli Design com a contribuição criativa do designer Denis Deković. Ele é na cor magenta, capturando a intensidade e a vitalidade pelas quais esta corrida na Ásia é famosa. O Boné de Pódio já está disponível para compra na plataforma de e-commerce dedicada (https://store.pirelli.com/).
Os compostos
A Pirelli não fez nenhuma mudança em relação ao ano passado para os compostos de pista seca no circuito de Marina Bay, mantendo o C3 como Duro, o C4 como Médio e o C5 como Macio. Embora exista o ainda mais macio C6, quando os compostos para a segunda parte da temporada foram anunciados durante o fim de semana do GP da Hungria, as avaliações realizadas antes da pausa de verão descartaram o uso do pneu mais macio da gama de 2025. Isso porque as forças exercidas sobre os pneus e as altas temperaturas deste evento poderiam gerar problemas de superaquecimento. De fato, nesta corrida, o estresse térmico é a principal causa da degradação de performance dos pneus.
Médio e Duro serão claramente os compostos preferenciais para a corrida, mas o Macio pode entrar em jogo para qualquer piloto que queira aproveitar sua aderência extra na largada ou caso ocorra um período de Safety Car nas voltas finais. As modificações feitas no traçado da pista há alguns anos facilitaram um pouco as ultrapassagens, embora, obviamente, ainda seja bastante complicado superar outro carro. Por isso, poder contar com a grande diferença deperformance entre um jogo de Macios relativamente novo e Médios ou Duros já bastante usados pode ser um fator importante a considerar.
Em 2024
O Médio foi a escolha mais popular para a largada, com 14 pilotos optando pelo C4, enquanto quatro escolheram o Duro e dois o Macio. A flexibilidade do Médio permitiu várias possibilidades quanto ao momento de fazer a única troca de pneus, já que a estratégia de uma parada foi, como de costume, claramente a mais rápida. O tráfego e a gestão dos pneus possibilitaram que os pilotos estendessem o primeiro stint, chegando no caso mais extremo a 49 voltas. A corrida do ano passado foi uma das raríssimas neste circuito em que não houve a necessidade da entrada do Safety Car.
A pista
Marina Bay é um dos circuitos mais sinuosos do calendário, com seus 4,940 quilômetros apresentando 19 curvas desde as modificações feitas em 2023, que reduziram o número anterior de 23. Essa mudança foi realizada com a inclusão de uma reta de 400 metros na seção após a curva 16. O asfalto da pista tem as mesmas características das ruas próximas da cidade, com rugosidade muito baixa, enquanto as muitas marcações de pista podem representar um risco adicional em caso de chuva. As áreas de escape são limitadas e as barreiras ficam muito próximas, embora em algumas partes o traçado seja relativamente largo.
Há quatro zonas de DRS, mas, como mencionado, as ultrapassagens continuam sendo geralmente raras. O aumento do limite de velocidade no pit lane de 60 para 80 km/h deve ter um efeito significativo na estratégia, com a parada única praticamente obrigatória.
Entre as variáveis de difícil previsão estão as neutralizações e o clima, que na linha do equador é altamente instável. As tempestades não são incomuns e a chuva pode lavar a borracha já depositada no asfalto, redefinindo as condições da pista e, consequentemente, influenciando a performance dos pneus.
Palavra-chave: escuridão
O GP de Singapura foi a primeira corrida noturna da Fórmula 1, um formato que depois foi imitado por alguns outros eventos, sendo Las Vegas a adição mais recente ao calendário. Por isso, o circuito de Marina Bay precisou ser pioneiro na tecnologia necessária para iluminar a pista e garantir a melhor visibilidade possível para os pilotos. O grande desafio é lidar com o reflexo da luz no asfalto e nos visores dos capacetes, o que pode dificultar a identificação exata dos pontos de frenagem. Normalmente, em corridas noturnas, a temperatura durante a prova é mais baixa do que nas sessões realizadas mais cedo no dia. No entanto, em Singapura isso praticamente não acontece, pois, a latitude da região faz com que a diferença de temperatura entre o dia e a noite seja quase insignificante. Já em outras corridas noturnas, como as disputadas nos desertos de Abu Dhabi e Jeddah, essa diferença é muito mais acentuada.
Área de Estatísticas
Até hoje, já foram realizadas 15 edições do GP de Singapura e, em dez delas, ou seja, dois terços, o vencedor largou da pole position. Isso mostra a extrema importância da classificação, especialmente se comparado a Mônaco, onde 46,48% das corridas foram vencidas a partir da pole. Somente no primeiro ano, em 2008, o vencedor largou de uma posição inferior à quinta; Fernando Alonso largou em 15º, mas aquela corrida contou com uma sequência totalmente caótica de eventos.
O piloto mais bem-sucedido em Singapura é Sebastian Vettel, com cinco vitórias, seguido por Lewis Hamilton, com quatro. Sete pilotos conquistaram as demais vitórias no circuito, e quatro deles estarão na pista neste fim de semana. Curiosamente, Max Verstappen não é um deles, pois ainda não conseguiu vencer em Marina Bay. Além de nunca ter vencido, ele também nunca largou na pole, embora tenha subido ao pódio em três ocasiões.
Entre as equipes, Mercedes, Ferrari e Red Bull lideram com quatro vitórias cada. Quanto às poles positions, Vettel e Hamilton estão empatados com quatro cada, enquanto a Ferrari lidera entre as equipes com sete. O piloto alemão também possui o maior número de pódios, com oito, à frente de Hamilton com sete e Alonso com cinco. No quadro das equipes, a Red Bull lidera com 15 pódios, seguida pela Ferrari com 11, enquanto Mercedes e McLaren estão empatadas em terceiro lugar com sete cada.