O C6 ESTÁ DE VOLTA EM BAKU
2025-09-15
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A parte europeia da temporada de Fórmula 1 chegou ao fim e o esporte se despede do Velho Continente enquanto se prepara para o terço final do campeonato, que começa em Baku, a Cidade dos Ventos. A capital do Azerbaijão é a maior área urbana do Mar Cáspio, assim como de toda a região do Cáucaso. Desde 2016, com exceção de 2020, a cidade recebe um GP todos os anos. Curiosamente, naquele primeiro ano a corrida foi denominada GP da Europa, apesar de o Azerbaijão estar geograficamente localizado na Ásia.
Os compostos
A Pirelli está levando o trio de compostos mais macios de 2025 para o GP do Azerbaijão, um passo mais macio em relação ao ano passado. Na verdade, o C6 retorna como o Macio, já tendo sido usado em Ímola, Mônaco e Montreal. O C5 será o Médio e o C4 o Duro.
Em um circuito de rua com baixos níveis de aderência e desgaste, repetir a mesma seleção de 2024 inevitavelmente levaria a uma estratégia de uma única parada. Pelo menos desta forma, considerando que a gama deste ano sofre muito menos com a granulação, abre-se a possibilidade de uma estratégia de duas paradas. Além disso, está claro que neste ano, mais recentemente em Monza, as equipes e pilotos mostraram grande habilidade em gerenciar bem os pneus, de modo que a corrida dificilmente terá estratégias muito diferentes. Embora seja um traçado de rua, Baku conta com algumas retas muito longas onde os carros atingem velocidades máximas muito elevadas, o que impõe cargas verticais significativas nos pneus.
Em 2024
A maioria dos pilotos (14) largou com o C4 (Médio) no primeiro stint, enquanto o restante do grid optou pelo C3 (Duro). Entre os dez primeiros do grid, apenas Norris (McLaren) e Albon (Williams) escolheram o composto mais duro. Como já mencionado, antes da largada parecia que todo o pelotão havia planejado uma única parada. No entanto, Stroll e Verstappen fizeram uma segunda: no caso do canadense, por causa de um furo de pneu; no do holandês, na tentativa de conquistar o ponto extra pela volta mais rápida da corrida, mesma estratégia adotada por Pierre Gasly, que fez o stint mais longo, completando 50 voltas com o Duro, antes de trocar para os Macios na penúltima volta.
A pista
O traçado de Baku tem 6,003 quilômetros de extensão e serpenteia tanto pela cidade velha quanto pela parte mais moderna da capital do Azerbaijão. Conta com 20 curvas, muitas delas de 90 graus. A reta principal é larga e permite que pelo menos três carros disputem lado a lado. No entanto, em alguns trechos da cidade histórica, como a curva 8, a mais estreita de todas, a pista tem apenas sete metros de largura.
Como sempre acontece nesse tipo de circuito, a margem para erro é mínima e o menor deslize de um piloto cobra um preço alto. Isso faz com que o Safety Car seja presença frequente tanto na classificação quanto na corrida.
As velocidades em Baku também variam muito. O recorde não oficial de velocidade máxima em um evento de Fórmula 1 foi estabelecido aqui por Valtteri Bottas, que atingiu 378 km/h na classificação para a corrida de 2016. Porém, há trechos travados que são percorridos a cerca de 60 km/h. Isso torna o trabalho dos engenheiros especialmente desafiador na hora de definir o nível de carga aerodinâmica, em busca do compromisso mais eficiente que permita competitividade tanto na classificação quanto na corrida.
Palavra-chave: Resfriamento
Em Baku, a superfície dos pneus passa por ciclos contínuos de aquecimento e resfriamento, com variações muito grandes de temperatura ao longo da volta, devido às diferentes características das várias seções do traçado. Nas partes estreitas da cidade velha, os pneus são bastante exigidos, o que eleva a temperatura superficial da borracha. Em seguida, ela cai drasticamente, especialmente no trecho que vai da saída da curva 16 até a freada para a curva 1, percorrido praticamente de pé cravado, já que as curvas ali são apenas leves desvios. No eixo dianteiro, as temperaturas podem chegar a cerca de 90 °C, mas ao final da longa reta podem cair até 40 °C, o que pode surpreender o piloto na zona de frenagem durante a classificação, em disputas na corrida ou, de forma ainda mais significativa, numa relargada após período de Safety Car.
Outro fator a se considerar em Baku é que os prédios ao longo do circuito projetam sombra sobre a pista e, combinados com o vento, podem reduzir significativamente a temperatura do ar.
Área de Estatísticas
Já foram disputados oito GPs às margens do Mar Cáspio, com sete vencedores diferentes. O único piloto a conquistar duas vitórias foi Sergio Pérez, pela Red Bull em 2021 e 2023. A equipe de Milton Keynes é a mais bem-sucedida, somando ainda os triunfos de Daniel Ricciardo (2017) e Max Verstappen (2022). A Mercedes venceu três vezes, com Rosberg (2016), Hamilton (2018) e Bottas (2019), enquanto no ano passado foi Oscar Piastri quem cruzou a linha de chegada em primeiro pela McLaren.
Embora vários nomes tenham subido ao lugar mais alto do pódio, quando o assunto é pole position, o mestre de Baku é Charles Leclerc, que foi o mais rápido no qualifying quatro vezes seguidas, de 2021 a 2024, mesmo em momentos em que seu carro não parecia competitivo o suficiente para largar na frente. As outras poles foram conquistadas por Rosberg (2016), Hamilton (2017), Vettel (2018) e Bottas (2019).
No ranking de pódios, Pérez lidera com 5, seguido por Vettel com 3. Entre as equipes, a Mercedes soma 7, contra 6 da Red Bull e 5 da Ferrari.