UM PONTO DE INTERROGAÇÃO SOBRE A GRANULAÇÃO...
2024-08-30
<10 minutes
Uma tarde bem interessante de treinos livres para o GP da Itália no circuito de Monza. Os 20 pilotos puderam avaliar a superfície da pista completamente nova, que está se mostrando consideravelmente mais rápida do que a anterior: há uma diferença de um segundo entre as sessões do TL1 deste ano e de 2023, seis décimos em comparação ao TL2.
Lewis Hamilton foi o mais rápido no geral com 1min20s738 em sua Mercedes, seguido por Lando Norris, na McLaren, que esteve a apenas um fio de distância, com três milésimos separando os dois carros. Confirmando o quão próximas as diferenças nesta temporada continuam a ser, os cinco mais rápidos, que foram os únicos a ficar abaixo da barreira de 1min21s, estão separados por meros 154 milésimos de segundo: atrás dos dois primeiros mencionados anteriormente vieram Carlos Sainz (Ferrari, 1min20s841), Oscar Piastri (McLaren, 1min20s858) e Charles Leclerc (Ferrari, 1min20s892). Andrea Kimi Antonelli fez sua primeira aparição em uma sessão oficial de Fórmula 1. No entanto, o piloto da Mercedes fez apenas cinco voltas antes de bater nas barreiras na Parabolica. Também estreando, Franco Colapinto agora é um piloto oficial da Williams, depois de pilotar no TL1 em Silverstone, com a mesma equipe. A última vez que um argentino correu na Fórmula 1 foi no GP de San Marino de 2001, em Imola, quando Gaston Mazzacane pilotou pela Prost.
O DIA NA PISTA
O C3 não fez muitos amigos até agora neste fim de semana. Yuki Tsunoda (Racing Bulls) foi o único piloto a usar o Duro nas duas primeiras horas de treinos livres. Todos os outros 19 pilotos preferiram guardar o mais duro dos três compostos para os próximos dias, provavelmente para o domingo. Então os Médios e Macios fizeram a maior parte do trabalho, com o C4 preferido nos stints longos na segunda sessão por quase todos os pilotos porque o C5 mostrou ser um pneu de classificação.
MARIO ISOLA – DIRETOR DE MOTORSPORT DA PIRELLI
“Houve muitos pontos interessantes nesta sexta-feira. A grande incógnita para o fim de semana era o estado da nova superfície da pista, que é a principal novidade deste GP da Itália. Pelo que pudemos ver hoje, podemos dizer que os resultados das simulações anteriores foram geralmente confirmados, com um nível muito significativo de aderência. Este fator, combinado com esta pista exigindo uma carga aerodinâmica baixa, pode ter acentuado o efeito de granulação, que foi bastante marcado em ambos os compostos utilizados. Obviamente, não temos indicações reais sobre o Duro, já que só um piloto o utilizou para completar apenas 17 voltas. No entanto, esta é uma indicação clara da direção que as equipes podem seguir em relação ao uso de pneus no restante do fim de semana. Nesta pista, a extensão do pit lane e o tempo necessário para trocar os pneus significam que uma estratégia de duas paradas traz uma grande desvantagem, então o cenário mais provável é que as equipes ainda tentem administrar o Médio e o Duro para fazer apenas um pit stop, mantendo um segundo conjunto duro para um potencial plano B se a degradação devido à granulação ainda for muito significativa na corrida.
Portanto, é uma questão de granulação: teremos de ver como a pista evolui a partir de amanhã de manhã, quanto mais voltas os carros de Fórmula 1 e os de outras categorias fizerem e a pista ficar com mais borracha acumulada. Outro fator importante a considerar serão as temperaturas: estava muito quente hoje, com a pista atingindo 54ºC, teoricamente na hora do meio da corrida no domingo. Essas altas temperaturas podem ter um impacto maior na degradação. Vimos que a pista está mais rápida do que no ano passado e ficou ainda mais rápida durante as sessões, mais significativamente durante o TL1, um pouco menos no TL2. Será interessante ver o que acontecerá a esse respeito amanhã, a partir do TL3.”
FÓRMULA 2
Zane Maloney (Rodin Motorsport) foi o mais rápido na classificação. O piloto barbadense marcou tempo de 1min32s160, 89 milésimos mais rápido que o francês Isack Hadjar (Campos Racing).
A Pirelli trouxe o mesmo par de compostos do ano passado, que pula um composto. Disponíveis para as equipes estão o P Zero Amarelo médio e o P Zero Roxo supermacio. O primeiro ponto a ser destacado é que, em comum com todas as categorias na pista, quaisquer previsões sobre o desempenho do pneu foram complicadas pela superfície totalmente nova, com todos os fatores desconhecidos que isso representa. O pneu Médio será a escolha para a Corrida Sprint, pois os pilotos poderão explorar todo o seu desempenho quase até a bandeira quadriculada, com qualquer degradação significativa apenas se fazendo sentir nas últimas voltas. Para a Feature Race, é provável que a maioria das equipes largue com o Supermacio antes de trocar para o Médio quando a janela de pit stop abrir.
FÓRMULA 3
Leonardo Fornaroli garantiu sua terceira pole position na Fórmula 3, o que pode ser fundamental na disputa pelo título. O piloto da Trident terminou a sessão como o mais rápido do Grupo A, para garantir a primeira posição no grid, à frente de Alex Dunne, da MP Motorsport, que foi o mais rápido no Grupo B. O rival mais próximo no campeonato, Gabriele Mini, estará logo atrás deles, em terceiro no grid para a equipe PREMA Racing.
Para o fim de semana de Monza, a rodada final deste campeonato emocionante, o composto escolhido é o P Zero Vermelho macio, com a permanência da rodada anterior em Spa-Francorchamps do P Zero Amarelo médio, que só pode ser utilizado durante os treinos livres. No entanto, o uso do pneu mais duro pode fazer com que as equipes não coletem dados suficientes relacionados ao desempenho do Macio na nova superfície que, no papel, deve oferecer mais aderência, mas também levar a uma degradação maior, e talvez até mesmo ao aparecimento da granulação: todos os fatores que podem tornar a situação ainda mais incerta.