lifestyle

Top 10 dos momentos olímpicos mais marcantes da história

Infelizmente, não teremos Olimpíadas em 2020, mas separamos uma lista para matar a saudade dos Jogos até 2021 chegar

Home life lifestyle Top 10 dos momentos olímpicos mais marcantes da história

Os Jogos Olímpicos do Japão 2020 iriam começar agora, no dia 24 de julho, mas devido à pandemia do novo coronavírus, o principal evento esportivo do mundo teve que ser adiado para julho de 2021. Para compensar esta falta, a Pirelli separou dez dos momentos mais marcantes e emocionantes da história dos Jogos.

Dream Team, Barcelona 1992

Pela primeira vez na história, os craques da NBA foram permitidos no basquete olímpico. Quem disputava partidas da NBA, até então, estava automaticamente fora dos Jogos, sejam eles dos Estados Unidos ou qualquer outro país. Foi em Barcelona, 1992, que o time norte americano montou, para muitos, a melhor seleção de jogadores de um esporte coletivo em toda sua história. Só para ilustrar, o time contava com astro renomados como Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Charles Barkley e outras super estrelas da liga. Sem dificuldades, conquistaram o ouro.

Gabriela Andersen-Schiess, Los Angeles 1984

Na primeira vez que as mulheres puderam competir na maratona olímpica, o grande apogeu das Olimpíadas, um acontecimento marcou a todos e entrou para a história. A suíça Gabriela Andersen-Schiess, experiente atleta de 39 anos, que já morava nos Estados Unidos e estava acostumada com o clima quente da região, quase foi vencida pela temperatura e pela exaustão. A atleta, que brigava por posições intermediárias na competição, perdeu o último posto de reidratação, ficando a parte final da corrida sem água e isotônico. Além da desidratação extrema que sofreu, teve câimbras na sua perna esquerda. Mas, no melhor do espirito olímpico, quis completar a prova. Ela demorou sete minutos para percorrer os 500m finais da maratona, já dentro do estádio olímpico de Los Angeles. Ovacionada por todos, ganhou as últimas forças para terminar a prova da torcida, e desfaleceu assim que cruzou a linha de chegada. Gabriela foi acometida por um quadro grave de hiponatremia, que é a queda do sódio no sangue, que provocou fortes alterações cardiovasculares, metabólicas e cerebrais, além da confusão mental. Como ainda estava suando, os médicos que acompanhavam os metros finais liberaram a atleta a terminar a corrida, pois a sudorese era um indício que ainda havia líquido no corpo e o risco de morte não era iminente.

Urso Misha, Moscou 1980

Misha é a mascote mais lembrada da história das Olimpíadas. Em uma edição marcada pelo boicote norte-americano aos Jogos, bem como de outras potências olímpicas, como a Alemanha Ocidental e Japão, a União Soviética dominou por completo. No auge da Guerra Fria, os Jogos de Moscou foram um dos menores em atletas, mas contou com uma das despedidas mais marcantes da história. O Ursinho Misha, mascote super carismático, chorou na cerimônia de encerramento em um mosaico orquestrado, fazendo uma ilusão jamais vista nos Jogos, marcando os milhares de presentes e os milhões que acompanhavam mundo afora. A cena da lágrima escorrendo é, até hoje, uma das mais comentadas da história.

Flecha de fogo, Barcelona 1992

Saindo da cerimônia de encerramento e indo para a de abertura, outro ponto marcante das Olimpíadas aconteceu em Barcelona, 1992. O ato de acender a tocha olímpica, que vem do fogo que queima em Atenas, Grécia, palco da primeira Olimpíada da Era Moderna, é significativo e marcante. Só que, na edição desse ano, quiseram ousar no acendimento da pira. O arqueiro espanhol Antonio Rebollo, que contraiu poliomielite quando criança, se tornou atleta paralímpico foi o escolhido e representou seu país nos Jogos de 84, 88 e 92, conquistando medalhas em todas as edições. No momento de acender a tocha, foi-lhe dada uma flecha em chamas, que acertaria a pira e a faria acender. Tudo certo, tudo lindo, mas o que nem todos perceberam à época, mas que depois foi imensamente divulgado, é que Rebollo não acertou a pira (propositalmente), fazendo a flecha passar por trás, caindo em uma praça. Tudo calculado e dentro do script. Mesmo assim, é um momento marcante para os Jogos.

Jesse Owens, Berlim 1936

Na última Olimpíada antes do hiato causado pela 2ª Guerra Mundial, um atleta abalou as estruturas do racismo incorporado na Alemanha Oriental, nazista e da superioridade ariana, de Adolf Hitler. Jesse Owens, um jovem negro, simplesmente abocanhou quatro medalhas de ouro olímpicas (100m, 200m, salto em distância e revezamento 4x100m) em Berlim 1936, sendo o primeiro atleta a conquistar tal feito em uma única edição dos Jogos. Hitler, que acompanhou de perto e cumprimentava os vencedores com apertos de mão, não o fez com Jesse, se limitando a apenas acenos do camarote principal do estádio olímpico. Todavia, anos mais tarde, Jesse disse que não foi Hitler quem mais o chateou naquela Olimpíada, se referindo a pouca importância do presidente dos EUA ao feito histórico que teve: “Não foi Hitler que me ignorou, quem o fez foi Franklin Delano Roosevelt. O presidente nem sequer me mandou um telegrama”, revelou. Owens foi ovacionado pelos estadunidenses com chuvas de papel picado em seu retorno ao país, mas quando adentrou no hotel em Nova Iorque para se hospedar depois do dia de comemoração, foi obrigado a utilizar o elevador de serviço do estabelecimento, escancarando todo o preconceito enraizado por lá, na época. Jesse foi expulso do programa de atletismo norte americano pouco tempo após a Olimpíada pois, sem dinheiro, começou a cobrar para aparição em eventos, fazendo com que se tornasse um profissional, e não um amador, como era a essência ideal do esporte.

Michael Phelps, Pequim 2008

O jovem Phelps tinha aparecido para o mundo em 2000, em Sidney, quando, com apenas 15 anos, foi atleta norte americano nos 200m borboleta, conquistando um quinto lugar na competição olímpica. Quatro anos depois, em Atenas 2004, já com 19 anos, conquistou suas primeiras medalhas de ouro, mas foi em Pequim 2008 que o mundo viu o reinado de um dos maiores atletas olímpicos de toda a história. Em um desempenho fantástico, conquistou a medalha de ouro em 100% das provas que disputou, escutando o hino nacional norte-americano por oito vezes em uma mesma edição, quebrando o recorde de seu conterrâneo Mark Spitz, que também na natação, conquistou sete ouros em Munique 1972. Phelps venceu, em Pequim, os 400m medley (com recorde mundial), 4x100 livre (com recorde mundial), 200m borboleta (com recorde mundial), 200m livre (com recorde mundial), 4x200m livre (com recorde mundial), 200m medley (com recorde mundial), 100m borboleta (com recorde olímpico) e 4x100 medley (com recorde mundial). Phelps ainda voltaria às piscinas em Londres 2012 e Rio 2016 e levaria para casa mais 12 medalhas (nove de ouro e três de prata).

Nadia Comăneci, Montreal 1976

A romena Nadia Comăneci é uma daquelas atletas que, como outros gigantes, acumulam várias medalhas olímpicas. Mas foi na edição de 1976, em Montreal, Canadá, que ela chegou à perfeição absoluta, se tornando a primeira atleta a conquistar uma nota 10 na ginástica artística. E isso tudo com apenas 14 anos de idade! Nadia saiu do Canadá carregando cinco medalhas, sendo três de ouro, uma de prata e uma de bronze. Uma grande curiosidade do dez perfeito foi que o placar eletrônico do estádio não estava preparado para a nota, pois, boquiabertos, quando todos os espectadores olharam o placar depois da estupenda apresentação, ele mostrava o número 1.00, pois faltava-lhe um dígito para representar a perfeição que Nadia conseguiu.

Tommie Smith, Cidade do México 1968

Na intensa luta contra o racismo nos Estados Unidos, Tommie Smith, depois de triturar o recorde mundial dos 200m livres no atletismo, e, em conjunto com seu conterrâneo John Carlos, terceiro colocado, na cerimônia de pódio, quando escutavam o hino nacional norte americano, cerrou o pulso, abaixou a cabeça e deixou à mostra suas luvas de couro. Esse gesto representava os Panteras Negras, grupo do movimento Black Power que lutava por igualdade racial nos Estados Unidos. Barack Obama, primeiro presidente negro do país, citou Tommie e John em um discurso enquanto estava no cargo, enaltecendo seus feitos e gestos na época: “O seu poderoso protesto silencioso foi um ato controverso durante os Jogos de 1968, mas serviu para despertar as pessoas e criou maiores oportunidades para as gerações seguintes”.

Kerri Strug, Atlanta 1996

O que você faria pelo seu país? Kerri Strug foi muito longe por ele. Uma das estrelas do time norte americano nas Olimpíadas caseiras de Atlanta 1996 se viu em um momento tenso. Os EUA sempre tinham a Romênia e a União Soviética no calcanhar nas Olimpíadas, por equipe, há muitas edições. O domínio dos países do leste europeu incomodava, mas na Olimpíada de casa, tudo isso parecia estar mudando. Após irem muito bem, o time norte-americano precisava ir bem só no salto sobre o cavalo para ganhar o ouro da Rússia. Mas foi aí que tudo pareceu perdido. Depois da compatriota Moceanu errar o salto que poderia dar o ouro para os EUA, Strug ficou a cargo do salto dourado, mas, em um quase replay da atleta anterior, também caiu, só que, dessa vez, lesionando muito gravemente o tornozelo, onde teve rompimento de dois ligamentos. O ouro parecia escapar por sua mão, mas ela ainda teria direito a mais um salto. Conseguiria ela se superar e vencer toda sua dor? Por incrível que pareça, sim! Em um dos momentos mais emocionantes da história, contra todos os problemas, Strug executa um movimento perfeito, aterrissa sobre uma perna e, mancando e chorando, agradece ao público presente no Georgia Dome. É ouro histórico para os Estados Unidos.

Derek Redmond, Barcelona 1992

O verdadeiro espírito olímpico está em competir, não em vencer. Mas quando tudo lhe parece impossível, quem poderá te ajudar? Contra todos os seguranças, quem foi o verdadeiro herói para Derek Redmond naquele dia foi seu pai. Na semifinal dos 400m rasos do atletismo, o britânico protagonizou um momento épico. Depois do tiro de largada, quando ainda estava na metade da prova, sofreu uma distensão severa nos músculos do posterior da coxa direita. Ele gritava e chorava de dor, mas ao ver todo o estádio o aplaudindo e o incentivando, superou tudo que sentia e, mancando em uma perna só, começou a se caminhar para a chegada. Seu pai, vendo aquela cena, desviou de todos os seguranças e foi amparar Derek, em prantos, até a linha de chegada, tornando-se esse um dos momentos mais marcantes da história dos Jogos.