Com o tempo, a tecnologia dos pneus evoluiu bastante, oferecendo cada vez mais segurança, conforto e desempenho.
Mas, para aproveitar tudo isso, é preciso começar escolhendo um bom pneu — o modelo ideal para o suas necessidades. Depois disso, a manutenção é fundamental: é importante verificar com frequência o estado do pneu, prestando atenção ao desgaste, a possíveis danos e à idade dele.
Desgaste dos sulcos (ranhuras do pneu)
A durabilidade dos pneus varia conforme o tipo de borracha, o modelo da bicicleta, o terreno e o estilo de pedalar. Pneus de estrada, por exemplo, duram entre 3.000 e 5.000 km. Já os reforçados podem chegar a 8.000 km. Os pneus de cicloturismo, que são mais resistentes, podem durar até 10.000 km.
No caso das bicicletas de trilha (MTB), é difícil definir uma quilometragem exata, pois o desgaste depende muito do tipo de terreno e da forma como se pedala. Nesses casos, o mais importante é observar o estado dos “cravos” do pneu — aquelas saliências que garantem a aderência — e não só os sulcos em geral.
Como é difícil controlar a quilometragem exata rodada com a bike, uma boa forma de saber se está na hora de trocar o pneu é olhar os sulcos. Se estiverem muito rasos, é sinal de que o pneu já é hora de trocá-los. Essa é uma avaliação simples, mas bastante eficaz. Além disso, é fundamental checar se há danos visíveis no pneu.
Condições do pneu
O pneu pode ser danificado por superfícies irregulares, tampas de bueiro mal colocadas ou objetos pontiagudos — como um prego, que pode até ficar preso na borracha. Isso pode causar rasgos ou deformações no pneu, que indicam que a estrutura interna foi comprometida.
Mesmo que o pneu continue funcionando por um tempo, o ideal é trocá-lo logo que você perceber esses sinais, pois eles comprometem a segurança e a aderência ao solo. Outro sinal de que está na hora da troca é quando os furos começam a ser frequentes — isso geralmente acontece quando o pneu já está muito gasto.
Atenção à idade do pneu
Mesmo que pareça em bom estado, o pneu deve ser trocado depois de 5 ou 6 anos da data de fabricação. Isso porque a borracha envelhece naturalmente, mesmo sem uso, devido ao contato com o ar, a luz e as mudanças de temperatura. Esse envelhecimento é ainda mais rápido se a bicicleta fica exposta ao sol, ao calor ou ao frio.
Com o tempo, o pneu resseca, perde elasticidade e pode até apresentar rachaduras. Assim, ele perde a aderência, especialmente em pisos molhados e curvas — o que aumenta o risco de quedas. Além disso, pode ocorrer um rompimento súbito do pneu por causa da fragilidade da estrutura.
Importante: Mesmo que o pneu pareça inteiro por fora, ele pode ter danos internos perigosos. E mais: quando a borracha resseca, o pneu gasta menos porque fica mais duro — por isso não dá para confiar só na aparência dos sulcos.
E se eu tiver um furo no pneu?
Os furos acontecem por vários motivos. O mais comum é passar por cima de algo pontudo, como vidro, pedra ou arame. Também pode acontecer quando a câmara de ar é prensada entre o aro e um obstáculo — isso causa dois furos pequenos.
Nesses casos, dá para fazer um conserto simples — se você tiver um pouco de paciência, habilidade e os materiais certos. Um kit básico de remendo inclui:
• remendos
• cola adesiva
• bomba de ar (ou cartucho de CO₂)
• chaves apropriadas, se necessário
O processo é assim: tire a roda e solte um lado do pneu. Em pneus mais duros ou grandes (como os de MTB), pode ser necessário usar alavancas próprias para isso. Depois, encha levemente a câmara e passe os dedos para encontrar o furo. Se for pequeno, pode ser difícil localizá-lo — então, o truque é mergulhar a câmara numa bacia com água (quando possível).
Depois de encontrar o furo, lixe a área ao redor, passe uma camada fina de cola adesiva tanto na câmara quanto no remendo e espere secar um pouco antes de aplicar o remendo, pressionando bem. Antes de remontar tudo, verifique se não ficou nenhum objeto dentro do pneu. Na hora de montar, cuidado para não prender a câmara entre o aro e o pneu. Por fim, encha o pneu novamente.
Parece simples — e é —, mas nem sempre é prático. Por isso, o mais indicado, principalmente na cidade, é levar a bike até um mecânico.
E aquele spray que infla e repara na hora?
Pode funcionar em emergências, mas não é totalmente confiável. Se o furo for grande, ele pode não resolver. E, mesmo funcionando, você ainda vai precisar trocar a câmara depois, num mecânico.