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Um estilo livre de viver

Fred Kyrillos, pentacampeão brasileiro de FMX e parceiro da Pirelli, é um dos principais nomes do país em uma das modalidades mais radicais no mundo das duas rodas

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O universo do esporte a motor é permeado por contos de coragem e obstinação. Quem observa pelo lado de fora, muitas vezes se pergunta a razão pela qual esses atletas optam por fazer do risco iminente uma forma de viver. A resposta talvez esteja em histórias como a de Fred Kyrillos. Pentacampeão nacional de FMX, ele é um dos brasileiros mais respeitados mundo afora no universo do freestyle motocross. Essa aventura, porém, começou como uma brincadeira.

“Com sete anos ganhei uma pequena moto, uma cinquentinha de cross. Como criança não pode andar com moto na rua, eu andava em terrenos fechados, campos de futebol, praças e parques. À medida que fui crescendo, a moto foi aumentando de cilindrada, mas mantive como hobby. Isso até conhecer de fato o motocross quando completei 13 anos de idade”, comenta Fred.

Fred é uma das principais referências do Brasil no FMX – Crédito: Divulgação/Fred Kyrillos


A paixão pelas motos, ainda criança, foi ganhando contornos de seriedade quando Fred passou a competir de maneira amadora em provas de motocross. Apesar de ainda considerar o mundo das duas rodas como uma forma de se divertir no tempo livre, ele começou a entender que a diversão poderia também se tornar um trabalho. Essa transição, porém, precisaria da ignição de alguém especial.

“Marcos Fabrício, o Dracena (falecido em 2006), que já era piloto profissional de Arena Cross, me chamou para testar uma rampa de freestyle. Ele já sabia que eu fazia algumas manobras e resolveu me chamar. Chegando lá, olhei para o tamanho da rampa e pensei: ‘Isso não é para mim. Vou me matar aqui'”, diz.

Apesar do receio inicial, Fred recebeu o apoio de Dracena para que aos poucos perdesse o medo e conseguisse realizar o salto.

“Ele disse para mim: ‘Vem medindo a velocidade, vem do meu lado'. Depois, disse que eu estava pronto. Acho que saltei a rampa de olhos fechados, mas deu certo, o salto foi perfeito. Quando pousei a moto, imediatamente pensei: ‘É isso que quero fazer'”.

Manobras do freestyle motocross exigem grande preparação mental – Créditos: Divulgação/Fred Kyrillos


O primeiro salto catapultou a carreira de Fred no freestyle motocross. A partir disso, ele montou uma rampa em um terreno em Santana do Parnaíba, região metropolitana de São Paulo, para começar a treinar e evoluir na modalidade. A carreira, então, começou a decolar, mas com ela veio a necessidade de trabalhar a parte mental diante do risco de enfrentar constantes lesões. Ele, inclusive, atualmente se recupera de uma delas.

“O freestyle tem uma margem de erro muito pequena. Quando se fala em alto nível de competição, tenho um trabalho psicológico tão forte e intenso como o físico. Entendo que o psicológico é 90% do esporte. Quando coloco o capacete, não consigo nem pensar em nada além de realizar o que preciso”, afirma.

Dono da FK Esportes, Fred promove eventos de freestyle motocross em todo o Brasil. Quando recuperado da recente cirurgia, ele quer voltar para as rampas e ajudar a modalidade a crescer. Atingir um maior público é um dos objetivos, mas despertar o interesse pelo esporte nos jovens é um desejo ainda maior. A Pirelli, enquanto parceira, é fundamental nesse processo.

“Minha relação com a Pirelli é fantástica. Para qualquer atleta, estar associado a uma marca como a Pirelli é uma chancela de que você está fazendo as coisas certas. O sinal de que você é relevante, um bom atleta”.