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De 1950 até hoje: a Pirelli esteve presente

A Fórmula 1® é o segundo esporte mais popular do mundo, e embora os estilos e a tecnologia tenham avançado, ainda permanece um denominador comum: os pneus Pirelli

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A foto parece extraída de uma galeria de história da arte: uma extensão clara de espaço aberto. Pode-se ver uma parte da multidão à distância. A Rainha Elizabeth,então com apenas 24 anos de idade, está posando junto aos pilotos que estão prestes a dar início ao primeiro campeonato mundial de Fórmula 1®. Ela mal havia chegado à idade adulta, e os pilotos—desde Juan Manuel Fangio (Argentina), que venceria a primeira corrida, a Nino Farina (Itália), que conquistaria o título daquele ano—eram todos extremamente velhos em comparação.

Anteriormente um aeródromo militar, Silverstone foi convertido em um autódromo graças ao esforço de pessoas esperançosas com o futuro, deixando para trás a Segunda Guerra Mundial. Foi aqui, a cerca de pouco mais de uma hora da via expressa ao norte de Londres, que nasceu o campeonato mundial de Formula 1®.As imagens daquele sábado, 13 de maio de 1950, estavam originalmente em preto e branco. Juntamente com Elizabeth, em suas poses reais, estavam também o Rei George VI, a Princesa Margaret, e o Conde e a Condessa de Mountbatten, todos unidos em uma cerimônia de significado efêmero, simbolizando uma sensação que ninguém naquele dia poderia ter tido: a de que esta F1 havia chegado para ficar e que iria crescer muito mais do que imaginariam para se tornar o que é hoje, ou seja, o segundo esporte mais popular da Terra, pelo menos no que se refere aos índices de audiências de televisão, que o colocam em segundo lugar depois da Copa do Mundo de futebol e competindo em pé de igualdade com as Olimpíadas de Verão. 

O que resta da Fórmula 1® original nos dias de hoje? A Ferrari só entrou em cena na corrida seguinte em Monte Carlo, oito dias depois. Ela esteve ausente em Silverstone, mas desde então tem sido uma parte essencial das corridas do Grande Prêmio, tornando-se o símbolo universal da F1® em todo o mundo. Contudo, em Silverstone naquele 13 de maio de 1950, os herois eram a Alfa Romeo, a Talbot, a Mazerati e a Gordini, nenhuma das quais faz parte da Fórmula 1® atualmente.
A Pirelli, por outro lado, estava naquela primeira corrida em Silverstone, e aqui estamos hoje, a única fabricante de pneus que pode ostentar uma história tão longa no automobilismo. Conforme nos aproximamos do GP de Monza de 2015, a, Pirelli já tem 130 vitórias acumuladas. E somente a história de sucesso da Pirelli abrange tal variedade de estilos de corrida e de tecnologia ao longo do tempo. Para citar apenas um exemplo, ao longo da primeira década dos campeonatos mundiais de F1® os pilotos competiam em monopostos com motores ultrapotentes que ficavam na dianteira do veículo, resultando em um carro com um nariz pesado e longo, em que os pilotos tinham de se empenhar para pilotar em uma posição mais traseira, constantemente lutando contra o understeer, com os cotovelos para fora do carro e agarrados a um enorme e pesado volante, sem direção assistida para ajudá-los. Essa foi a época deAlberto Ascari e Fangio, se juntando à série de campeões mundiais italianos liderados pelo já mencionado Farina. De fato, foi Ascari em sua Ferrari que levou a Pirelli a uma vitória pela primeira vez. Fangio conquistou cinco incríveis campeonatos mundiais com a Alfa, a Mercedes, a Ferrari e a Maserati, mas os denominadores comuns no primeiro e no último de seus títulos eram os pneus Pirelli. 

No final de 1957, entretanto, os pneus italianos deixaram a Fórmula 1®para retornar quase um quarto de século depois, apenas para descobrir que a tecnologia havia passado por uma revolução, para dizer o mínimo. Os veículos com motores dianteiros eram coisa do passado, enquanto os carros com turbo e elementos de eletrônica estavam na ordem do dia. Os níveis de desempenho estavam subindo rapidamente, aproximando-se da indescritível marca de mil CV na classificação e com aceleração e drifting que poderiam arrancar os pneus do carro. Por sua vez, os pneus também avançavam por um caminho inteiramente novo. A Pirelli batizou seu novo pneu de corrida de alto desempenho com um novo nome que entraria para a história: o P Zero. Mais do que um produto ou uma linha de produtos, era um conceito, um pneu mais duro e com um perfil mais baixo com vistas ao máximo em precisão na pilotagem, e apresentando compostos e composição que garantiam aderência em todas as condições de corrida. O P Zero logo começou a reescrever os livros de história, em corridas de alto desempenho dentro e fora de autódromos nos mais diferentes protótipos.
    

O resultado final de toda essa tecnologia avançada, que havia sido otimizada para atender às necessidades de rodas menores que exigiam pneus com tudo, menos um perfil baixo, foram os pneus de F1®com os quais a Pirelli venceu ao longo de meados dos anos 1980 - Piquet com a Brabham, França 1985; Berger com a Benetton, México 1986. O segredo? Máximo desempenho e vida útil ilimitada dos pneus. Com o Circo da F1® voltando à Cidade do México naquele novembro de 1986 depois de uma ausência de 22 anos, Berger levou a Benetton à vitória pela primeira vez sem nem mesmo parar para uma troca de pneus, pegando todos os seus mais fortes concorrentes totalmente desprevenidos.

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Ausente de novo, presente de novo. A Pirelli retorna às corridas do Grande Prêmio no final dos anos 1980, apostando mais uma vez em perfil baixo com equipes pequenas e pilotos jovens, porém com uma inovadora tecnologia que ia contra as tendências contemporâneas. Os pneus de composto macio da empresa se revelam imbatíveis na classificação, e com a competição alcançando seu limite em pneus de desgaste rápido, os pneus Pirelli são apenas ‘raspados' e recuperam sua aderência máxima em um piscar de olhos. Estes compostos se provaram imbatíveis no molhado e em baixas temperaturas. Essa revolução técnica deve muito a Jean Alesi, aquele jovem promissor que em 1990 ousou lutar pneu a pneu junto à McLaren e à Williams. Em sua pequena (em termos de orçamento) Tyrrell, ele competiu com lendas do automobilismo do calibre de Senna e Mansell. No Canadá em 1991, a Pirelli obteve a vitória com Piquet e a Benetton e o segundo lugar com Stefano Modena e a Tyrrell. Na última corrida na Austrália, uma chuva torrencial deixa todos de joelhos. Todos, com exceção de Piquet e a equipe Benetton que, com os pneus Pirelli, consegue começar a recuperar 3-4 segundos por volta, mas Senna, que acabara de conquistar seu terceiro campeonato mundial e estava liderando a corrida em sua McLaren, joga seus braços para cima para que o mundo todo veja, forçando os diretores da corrida a interromper a corrida após somente 14 das 81 voltas programadas. Piquet teria vencido, trazendo um final adequado àquela corrida que marcaria uma nova saída da Pirelli da Fórmula 1.

O que nos traz aos dias atuais. Já se foram os motores de 10 cilindros, naturalmente aspirados do início dos anos 1990, agora substituídos pelos motores turbo híbridos que podem mais uma vez se aproximar dos picos de 800hp, e com uma extraordinária aerodinâmica, possibilitando chegar a velocidades de mais de 370km/h. E aqui está a Pirelli, em nosso quinto campeonato consecutivo como fornecedora única de pneus, muitíssimo orgulhosa de suas conquistas tecnológicas e nas corridas, e ansiosa para ver a direção que tomará no futuro—em termos tanto de tecnologia quanto de regulamentos—este Circo do qual a Pirelli tem feito parte em praticamente todas as suas formas desde aquela distante e desbotada memória de 13 de maio de 1950.