Com o slogan Paz no trânsito começa por você, o movimento Maio Amarelo chega a 2025 reforçando a importância da conscientização para a segurança viária. No entanto, além das campanhas educativas e da mobilização social, um novo protagonista tem ganhado espaço na luta por um trânsito mais seguro: a tecnologia. De sensores inteligentes a sistemas baseados em Inteligência Artificial (IA), as inovações estão reconfigurando o modo como nos deslocamos — e preservando vidas.
Veículos mais inteligentes, motoristas mais seguros
Entre os avanços mais notáveis está o desenvolvimento dos sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS, na sigla em inglês), já presentes em muitos carros de passeio. Esses sistemas utilizam câmeras, radares e algoritmos de Inteligência Artificial para monitorar o ambiente ao redor do carro e ajudar o motorista com frenagem automática de emergência, controle de velocidade e alertas de mudança de faixa.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), veículos equipados com ADAS registram até 40% menos sinistros, reforçando o impacto direto da tecnologia na proteção de todos e todas.
Semáforos que pensam: trânsito mais inteligente
As inovações não estão apenas dentro dos veículos. Nas cidades, a chamada mobilidade inteligente começa a tomar forma com semáforos que se adaptam ao fluxo de veículos em tempo real, sensores que identificam comportamentos de risco e plataformas digitais que orientam rotas mais seguras.
Cidades como São Paulo e Curitiba já iniciaram projetos-piloto de semáforos inteligentes com uso de Inteligência Artificial. Na capital paulista, um sistema, desenvolvido em parceria com startups de tecnologia, analisa imagens em tempo real de cruzamentos movimentados. A IA interpreta o volume de tráfego, identifica pedestres, ciclistas e veículos, e ajusta automaticamente os tempos de sinalização. O objetivo é reduzir congestionamentos e, principalmente, aumentar a segurança em travessias — um ponto crítico em áreas com alta circulação de pessoas.
Em Curitiba, a tecnologia está sendo aplicada de maneira parecida, com foco em corredores de transporte público. A IA monitora não apenas o tráfego, mas também o comportamento dos motoristas. Se um veículo avança o sinal vermelho ou faz uma conversão proibida, o sistema grava o momento exato da infração e envia a informação à central de controle de trânsito. Isso permite uma fiscalização mais eficiente, quase em tempo real, e com menos necessidade de presença física de agentes.
Pneus tecnológicos: segurança começa onde o carro toca o chão
Outro avanço significativo está nos pneus. As inovações tecnológicas neles têm uma relação direta com a segurança. Por exemplo, a tecnologia Seal Inside™, que fecha furos sozinha, permite que os pneus continuem rodando mesmo após furos de até 5mm na banda de rodagem em 85% dos casos. Na prática, essa tecnologia proporciona uma viagem com menos imprevistos, uma vez que não há a necessidade de parar quando ocorre uma perfuração, trazendo maior tranquilidade e segurança, especialmente por evitar que o motorista precise parar em locais isolados ou perigosos.

Além disso, a tecnologia Seal Inside™ oferece maior conforto e praticidade a quem dirige e não exige equipamentos específicos, tampouco interfere na dinâmica do carro. A tecnologia é compatível com qualquer tipo de carro e contribui para uma experiência de direção mais tranquila, especialmente em longas viagens ou trajetos urbanos. Dessa forma, a Pirelli reforça seu compromisso com a inovação e o bem-estar dos motoristas, entregando uma solução inteligente e eficiente para um dos imprevistos mais comuns nas estradas.

IA na prevenção: evitando imprevistos antes que aconteçam
A Inteligência Artificial também começa a ser utilizada em um campo mais estratégico: a análise preditiva. Plataformas de IA, desenvolvidas por universidades e startups, estão sendo testadas por órgãos de trânsito e companhias de mobilidade urbana com um propósito ambicioso: prever imprevistos antes que aconteçam.
Esses sistemas analisam um vasto volume de dados: estatísticas históricas de sinistros, padrões de tráfego, condições meteorológicas, tipo de pavimentação, iluminação pública e até eventos programados, como jogos ou shows. Com essas variáveis, a IA consegue mapear áreas e horários com maior probabilidade de ocorrências. A partir disso, gestores públicos podem agir de forma preventiva, com intervenções como alteração no tempo do semáforo, reforço na sinalização ou envio de equipes de apoio ao local.
“Estamos testemunhando uma rápida acumulação de avanços tecnológicos que vêm transformando a mobilidade urbana e contribuirão para alcançarmos um trânsito mais seguro. A automatização de processos críticos, o monitoramento contínuo do tráfego e a capacidade de resposta rápida a situações de risco, bem como a integração entre sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS) e a infraestrutura viária, serão fatores determinantes para a diminuição de sinistros e, o mais importante, para redução da gravidade de lesões entre usuários, mesmo quando colisões ou atropelamentos acontecerem”, explica Eduardo Biavati, Sociólogo e Consultor Técnico em Segurança Viária da Global Road Safety Partnership (Parceria Global para a Segurança Rodoviária), organização sem fins lucrativos ligada à Cruz Vermelha, que atua em parcerias para o desenvolvimento de boas práticas de segurança viária em todo o mundo.

O futuro: tecnologia como aliada
Enquanto as campanhas do Maio Amarelo continuam a ser fundamentais para mudar comportamentos, as novas tecnologias surgem como ferramentas poderosas para transformar o trânsito em um ambiente mais seguro. Não se trata de substituir a consciência humana, mas de ampliá-la com inteligência — natural e artificial. O futuro da mobilidade está cada vez mais conectado e, com ele, a esperança de um trânsito seguro se torna menos utópico e mais possível.
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