Planejamento urbano estratégico e tecnologias a serviço do bem-estar da população são alguns dos pilares que transformam uma cidade comum em uma cidade inteligente. No Brasil, algumas cidades vêm se destacando nesse cenário, liderando rankings nacionais e inspirando novas formas de viver e se desenvolver.
Segundo o Connected Smart Cities, plataforma que avalia a qualidade de vida nos municípios brasileiros, uma cidade inteligente é aquela que alia inovação, tecnologia e mobilidade para melhorar o cotidiano das pessoas, ao mesmo tempo em que promove desenvolvimento econômico sustentável, inclusão social e proteção ao meio ambiente. A iniciativa mapeia os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes e, em sua edição mais recente, de 2024, avaliou 656 cidades com base em 74 indicadores. A qualidade de vida é a grande bússola do estudo.
Como nasce uma cidade inteligente
O ranking utiliza uma metodologia baseada em fontes como IBGE, Anatel e Ministério da Economia. Os dados são convertidos em indicadores, permitindo uma análise objetiva entre municípios de diferentes portes. No ranking geral, a grande campeã foi Florianópolis (SC), por seu ecossistema de inovação e mobilidade urbana eficiente.
Outros nomes que integram o Top 10 incluem Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ), Barueri (SP), São Paulo (SP), Vitória (ES), Santos (SP), São Caetano do Sul (SP) e Brasília (DF).

O que elas têm em comum
Independentemente do tamanho ou localização, as cidades inteligentes brasileiras compartilham características fundamentais como Planejamento urbano inteligente, integrando mobilidade, habitação e sustentabilidade ambiental e fomento à inovação, por exemplo. São Paulo (SP) lidera o ranking brasileiro de mobilidade urbana entre cidades com mais de 500 mil habitantes. Apesar de desafios como o tempo gasto em deslocamentos, a cidade se destaca pela variedade de opções e investimentos em infraestrutura.

Mobilidade é a peça-chave das cidades do futuro
Cada vez mais, cidades brasileiras adotam soluções tecnológicas para tornar a mobilidade urbana mais eficiente, segura e sustentável. São Caetano do Sul (SP), por exemplo, tem se destacado pelo uso de semáforos inteligentes que se adaptam em tempo real ao fluxo de veículos, reduzindo congestionamentos e melhorando a fluidez no trânsito. A cidade também investe em centros de monitoramento integrados, que conectam dados de trânsito, transporte e segurança para decisões mais rápidas e eficazes.
“Notamos que as cidades estão cada vez mais trabalhando com dados e evidências para nortear suas políticas, tornando todo o processo mais transparente. Vivemos em um mundo em transformação acelerada que exige acessibilidade urbana; além de resolver os desafios atuais, precisamos estar prontos para um novo estilo de vida urbano mais conectado, integrado e inteligente”, explica Willian Rigon, da Connected Smart Cities.

Muito além da tecnologia
O Connected Smart Cities deixa claro: não basta digitalizar processos ou instalar sensores. Uma cidade só é verdadeiramente inteligente quando integra tecnologia e inovação à vida cotidiana das pessoas, promovendo mobilidade eficiente, conectividade acessível e um estilo de vida mais sustentável. São ambientes que estimulam a circulação segura e fluida, o uso consciente de recursos e a criação de espaços que conectam comunidades.
Ao transformar dados em decisões, desafios em oportunidades e inovação em bem-estar, essas cidades mostram que o futuro urbano inteligente não é uma utopia distante — ele já começou, e o Brasil está escrevendo capítulos importantes dessa história.